terça-feira, 28 de agosto de 2012

NUTRIÇÃO E CANCRO


NUTRIÇÃO E CANCRO

Em pleno século XXI ainda não existe uma cura efectiva contra o cancro.                 
A quimioterapia e a radioterapia ainda constituem os tratamentos tradicionais para os doentes oncológicos com todos os efeitos secundários que acarretam, por vezes sem bons resultados finais. A principal desvantagem da quimioterapia é representada pelo desenvolvimento de clones de células resistentes aos medicamentos e a disfunção das vías de apoptose pode ser responsável por alguns desses fenómenos . Esses tratamentos estão contraindicados na gravidez devido ao risco de teratogenia fetal, além da potencialidade de mutagénese às futuras gerações, o que reforça a opção de uma terapia complementar e imunomoduladora sem efeitos colaterais. Estudos epidemiológicos comprovaram que fatores dietéticos podem reduzir a incidência de alguns cancros, possivelmente por mecanismo quimiopreventivo. De acordo com vários trabalhos científicos, a Nutrição deverá constituir um ponto relevante na prevenção e tratamento do cancro, nomeadamente com as propriedades inerentes a alguns alimentos  ou a vários fitoterápicos e outros suplementos alimentares. Perante esta realidade, em Portugal, o Sistema Nacional de Saúde nem sempre encaminha doentes oncológicos para consultas de Nutrição como meio complementar e coadjuvante no tratamento do cancro. Quando esses doentes são encaminhados para as consultas de Nutrição, estas são vistas como meio de apaziguar vómitos e/ou suprimir a falta de apetite.  Para além dos fatores genéticos que intervêm nas doenças oncológicas, há que considerar seriamente os fatores alimentares: alimentos funcionais que inibem a promoção de cancros e fitoterápicos/suplementos alimentares relacionados, de algum modo, com o funcionamento do sistema imunitário e/ou com todo o mecanismo que envolve o desenvolvimento de um cancro. Por conseguinte, para a compreensão do papel da Nutrição no tratamento do cancro faz-se necessário compreender a formação de um cancro e as suas fases de desenvolvimento, assim como vários fatores que promovem a sua expansão.
 Cancro, o “calcanhar de Aquiles” da Ciência actual, ainda por resolver, mas também um mal da nossa sociedade que se intensificou a partir da Revolução Industrial. Essa mesma Revolução Industrial que facultou  o processamento dos alimentos, os seus aditivos e a apelidada “comida de plástico” e que tantas transformações sociais, políticas, económicas e, infelizmente, também na área da saúde, trouxe às nossas sociedades.  Torna-se, portanto, necessário, hoje, mais do que nunca, uma Educação Nutricional, uma redescoberta dos alimentos naturais, dos fitoterápicos ancestrais e uma pesquisa científica de todos eles na prevenção do cancro e suas recidivas. 

Maria Ferreira
(Nutricionista e Fitoterapeuta)

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